Especialista em Medicina do Estio de Vida, médico Italo Almeida detalha problemas com uso indiscriminado de suplementos
Com o crescimento da popularidade dos suplementos nutricionais, muitas pessoas têm recorrido a comprimidos e produtos como forma prática de suprir necessidades diárias e melhorar a saúde. Os suplementos alimentares podem ser utilizados para complementar a alimentação, seja por carência na ingestão, dificuldade de absorção do alimento ou aumento da demanda de algum nutriente por algum problema de saúde ou circunstância específica. No entanto, o uso indiscriminado e excessivo de suplementos pode trazer efeitos adversos e colocar a saúde em risco. “A suplementação, como o próprio nome diz, deve ser entendida como algo a mais além de cuidados diários com alimentação, sono e controle de estresse. Suplementação sem orientação profissional pode sobrecarregar o organismo, causando problemas”, alerta Italo Almeida, diretor-médico da clínica Neuro Integrada.
Os suplementos viraram produtos de desejo especialmente por quem pratica atividade física e quer melhorar o desempenho, seja para ganhar massa muscular ou mesmo para repor os nutrientes perdidos ao longo da realização dos exercícios. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Suplementos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), 54% dos lares do país possuem ao menos uma pessoa que consome esse tipo de produto. Idosos, gestantes e portadores de doenças específicas também estão recorrendo mais aos suplementos alimentares em busca de reposição de vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos, proteínas ou aminoácidos. “Quando bem indicada, a suplementação traz muitos benefícios para a saúde, mas exige cuidados e acompanhamento médico especializado”, reforça Almeida.
O profissional da Medicina do Estilo de Vida explica que o consumo excessivo de suplementos alimentares pode provocar sobrecarga no fígado e rins, dores abdominais, desidratação e redução da densidade óssea, dentre outras complicações. O uso indiscriminado e excessivo de suplementos pode trazer efeitos adversos e, em vez de promover saúde, acabar colocando-a em risco. “A suplementação sem orientação profissional pode sobrecarregar o organismo, levando a problemas de saúde que, em muitos casos, se tornam tão graves quanto a deficiência de nutrientes”, alerta.
Frequentemente estimulada nos ambientes esportivos e estéticos, a suplementação exagerada e sem o acompanhamento adequado tem sido vista com preocupação pelos especialistas. “Cada organismo é único. E a suplementação deve ser feita com muito critério e norteada por indicadores laboratoriais”, destaca Almeida, que defende a suplementação personalizada, consciente e voltada para as necessidades e equilíbrio do organismo. “A suplementação nutricional é uma ferramenta valiosa, mas deve ser usada com cautela e sabedoria e sempre com recomendação de um profissional de saúde. Deve ser uma prática fundamentada no conhecimento e na individualidade de cada organismo, respeitando os limites que a própria natureza nos impõe”, finaliza.
Saiba como a suplementação sem acompanhamento médico pode prejudicar a saúde:
Excesso de Cálcio: O uso de cálcio isolado nem sempre contribui para a formação ou fortalecimento ósseo. Para que seja eficaz, é necessário suplementá-lo juntamente com outras vitaminas e minerais, como a vitamina D, magnésio e vitamina K2. Esse tipo de suplementação de forma isolada pode contribuir para a formação de depósitos nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e o desenvolvimento de cálculos renais.
Cuidado com a Suplementação na Alopatia: É importante ter cuidado para que a medicina integrativa com suplementos naturais não siga o mesmo princípio da alopatia, onde cada sintoma recebe um suplemento específico. Assim, aumenta-se o risco de prescrever um número excessivo de suplementos quando, podemos iniciar com uma quantidade maior e, ao longo do tratamento, reduzir para aqueles que são realmente essenciais. O ideal é manter em longo prazo apenas os suplementos fundamentais, adicionando outros pontualmente, conforme as necessidades específicas do paciente em cada fase. Essa abordagem permite um tratamento mais sustentável e personalizado, respeitando as mudanças naturais de cada indivíduo.
Fitoterápicos também demandam orientação adequada: O consumo indiscriminado de suplementos naturais e até mesmo consumo de chás sem orientação médica pode trazer sérios riscos à saúde. Muitas pessoas acreditam que, por serem naturais, esses produtos estão livres de efeitos colaterais e interações medicamentosas. No entanto, eles podem interferir no efeito de outros medicamentos ou até causar reações adversas, comprometendo o bem-estar.
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(18.11.2024)